Você tem fome do quê?

Eu respondo a essa pergunta. Tenho fome de tudo.

Esses dias tenho me observado, sei que isso já é um reflexo positivo e doído de estar escrevendo nesse blog.

Pois bem, me olhando vi que vivo no caos. Principalmente no caos alimentar.

Nessa busca de me entender, peguei uma foto minha de criança e me espantei com a minha magreza. Pensei, pensei e conclui que comecei a engordar quando eu tinha 8 anos, idade que me mudei de uma cidade do interior para uma cidade grande. Humm, olha o medo???

Meus pais me colocaram no ballet e aí emagreci com os exercícios, mas sempre de olho na balança. Sempre com muito medo...

Na adolescência eu fiquei em uma montanha russa: ora emagrecendo, ora engordando.

Ou seja, estabilidade zero. Hummmm!!

Só que eu não desejo isso mais pra minha vida, quero me libertar dessa prisão. Quero e preciso me sentir em paz com meu corpo, com o meu armário abarrotado, com minha sexualidade.

Quero também ventilação, não morrer um pouquinho a cada dia sufocada em obrigações e em exigências de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do mundo, a melhor qualquer coisa. Gostaria de me reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar minha biografia, deixar que vazem algumas idéias minhas que não são muito abençoáveis.

Com muito custo, o céu se abriu e tudo foi ficando claro.

Foi aí que cheguei a conclusão que minha fome está ligada ao meu medo, sou uma cagona valente. Vocês já viram isso: Cagona valente? Só eu mesmo.

Encaro o medo, pois sou forte, criada com mulher macho, mas o problema é que encaro tudo criando um outro problema. Que beleza!!

Chega né? Eu necessito ter fome de mim...

Então, está aberta a temporada de caça: Ando atrás de mim. Quem achar por favor me avise!

Beijos,

Márcia Paula